"O Meu Segredo" - Dia 6

Não tenho escrito por preguiça. Não tenho escrito pois encontrei a harmonia dentro de mim. Não tenho escrito pois não quero fazer disto uma obrigação! Mas agora estou a escrever o que sinto, o que se passa e as reacções d’A Verdade. Ontem, a minha mão acordou – me de mansinho e começou a falar comigo. Fez perguntas, perguntas, perguntas. Desculpou – se por estar a fazê-las mas que apenas me queria entender. Estamos a progredir, ela está a aceitar melhor, mas continua como o meu pai: a achar que era preciso haver relações para eu saber se era gay. Hoje voltamos a falar, hoje falámos sobre isso mesmo: as relações. Ela disse – me que lhe fazia confusão eu não ter tido nenhuma relação e admitir – me como gay. Então perguntei – lhe como é que um rapaz sabe se gosta de raparigas, ou as raparigas dos rapazes, ou uma rapariga de outra rapariga e um rapaz de outro rapaz. Perguntei – lhe se era necessário haver relações para um rapaz e uma rapariga de 13/14 anos começarem a namorar. Então ela perguntou – me o que é que sentia, eu respondi – lhe que me sentia atraído por rapazes e não sentia nada por raparigas! Não sei se compreendeu bem, mas espero que sim.

Mas acho que eles nem conhecem bem o filho que têm em casa! Só por pensar, inofensivamente, tomar um comprimido para dormir da minha mãe (na madrugada do dia 4!), ela começou “Ai meu deus, o que é que este menino traz na cabeça. Ai meu deus.”. Devem pensar que sou maluco a ponto de fazer uma coisa dessas… Enfim, como a M.A.D.S diz “os pais não compreendem os filhos!”. Dizem que me tenho que curar, no sentido de me deitar cedo (ou será que é neste sentido e no outro!?), de me mentalizar que a noite é para dormir (porque é normal! O.o). Mas eu gosto da noite. A sua escuridão envolvente, travada pelo luar radiante e pelos milhões de estrelas brilhantes lá, na abobada celeste. É tão lindo! Como também é lindo ver o sol nascer e o sol pôr – se. Esses momentos dão uma calma interior muito gratificante. Respirar o ar da manhã e sentir os primeiros raios do Sol meiguinho ainda a nascer. Como também é bom sentir os últimos raios de sol e respirar a brisa que anuncia a noite! São momentos únicos que, apesar de os viver todos os dias, cada dia são diferentes! Apreciar a natureza, a Mãe-Natureza! Tal como o Antigos faziam o culto à Mãe-Natureza, substituído pelo culto a Deus, eu apenas vivo os momentos mais bonitos do dia.

Passando para o culto a Deus, porque precisa o ser - humano de acreditar numa força maior? Deus. Deus é o quê? Porque não rezamos, cantamos e damos graças à maior de todas as forças (e esta podemos ver): a Natureza? A Mãe-Natureza sim, devia ser cultuada. Porquê Deus? A Mãe-Natureza, demonstra as suas forças e fraquezas, as suas belezas e as suas monstruosidades. O que é a Natureza? A Natureza é tudo, desde os animais (no qual estamos incluídos), às plantas, ao solo, à água… Tudo é a Natureza! E Deus? O que nos mostra? Deus não nos mostra nada. E será que Deus existe? O que as pessoas pensam que Deus nos mostra, é a Natureza que faz. Não tem outra explicação! A Natureza evoluiu, desde umas pequenas plantas, até florestas imensas. Desde pequenos seres aquáticos, até aos humanos e a todos os animais que conhecemos. Tudo evolui, nada fica igual! Para prender – mos começamos no mais básico e vamos evoluindo, aceitando coisas mais complexas. E então, que nos mostra Deus? Que faz Deus? Será que Deus existe? E o paraíso?

É claro que se podem perguntar sobre a morte. O nosso corpo é uma máquina que foi evoluindo, mas tal como todas as outras se algo está mal, começa a falhar até que pára, sem possível conserto. É uma máquina como todas as outras… É claro que quando há assassínios, etc. …, foi algo que sabotou a máquina! E então, que nos mostra Deus? Que faz Deus? Será que Deus existe?