"O Meu Segredo" - Dia 5

OMG! Que aconteceu? Já tivemos “A Conversa”? Infelizmente já. Sim, infelizmente! Sei que pode parecer parvo, mas a reacção Deles foi… Nem sei.

Eu descrevo – a como uma reacção nem boa, nem má. Sim! Eles disseram que me apoiavam e tal, mas os argumentos que usaram, as palavras que disseram, magoaram – me imenso!

Não foi o que eu estava à espera, pois eu esperava uma reacção boa ou má… Não no meio!

Mas vamos ao que Eles realmente disseram: “Aceitamos (…) se é essa a tua IDEIA”. Primeiro ponto: IDEIA? Esta é nova, perceberam que não se podia escolher, mas é uma ideia? O.o Esta é nova! Mas à mais: “Já tiveste alguma experiência desse tipo?”, ao qual eu respondi que não e eles disseram que me apoiavam, mas que era prematuro se eu assumisse à sociedade, pois como não tinha tido nenhuma experiência não podia saber muito bem! Segundo ponto: se um rapaz começa a namorar aos 13/14 anos precisa de ter sexo para saber se é hetero? Se não gostar é gay? Sim, porque segundo eles, eu como não tive experiência nada posso afirmar! OMG, ao que chegámos. Mas é claro que logo à partida somos todos hetero. E porquê? Porque a sociedade assim o estipula, porque nos ensinam a ser assim. “Não estás a assumir – te porque o leste ou viste?” O quê? Terceiro Ponto: ai ser gay agora é moda? Esta é nova. Ser gay vira moda um dia, todos são gays. A moda acaba, todos viram hetero. Por favor! E depois mandam – me pensar.

Eu queria sair de lá porque não conseguia ouvir mais barbaridades, nem tinha coragem para falar. Eles interpretaram isso como: “Vou pensar no assunto.”!

Nem sei que hei – de dizer. Confesso que a reacção foi boa. Mas não entenderam nada na mesma…

Não sou eu que preciso de pensar, são ELES! E o meu pai ainda tem a lata de dizer que, segundo viu, alguns mudam. Ora são gays um dia, ora são heterossexuais no outro! Quer dizer… Que lata!

Quando aqueles argumentos entraram em desfile, eu só queria vir para o meu quarto, falar com pessoas que me compreendem! Para o meu mundo.

Nem sei se fiz bem em revelar – lhes. Antes de lhes dar aquilo, o meu coração batia. Jantei à pressa para poder sair e entreguei - lhes o livro mesmo antes de sair. Enquanto andava de bicicleta, tremia por todos os lados e parecia que ia desmaiar. Cheguei a casa dirigi – me para “O Meu Mundo” sem saber se já tinham lido ou não. Aquela espera angustiante… OMG! Depois “A Conversa”. Agora estou bem comigo, mas não com eles. Fiquei sentido com aquilo que disseram. Não dava para acreditar que eles pensassem assim. Era inconcebível! Ai. Não sei se devia ter – lhes dito. Afinal eles não mereciam. Eu sinto atracção por rapazes, não por raparigas. É com rapazes que me imagino satisfazer as necessidades carnais. Nunca com raparigas! Não consegui falar com eles, nem responder – lhes o que sentia. Parecia que o meu pior pesadelo (assumir – me gay e um dia mais tarde gostar de raparigas) estava a acontecer… Era isso que eles estavam a falar.

Disseram que era muito novo e que estava confuso. Não por estas palavras, mas… Epah…

Fiquei muito sentido… Nem sei como vai ser daqui para a frente. Mas como diz a gabi eles hão – de ver que não é só uma ideia. Espero que sim! Para meu bem. E como diz a M.A.D.S, “quando os encontrar vou dizer – lhes cá umas coisas”… Estas sim, são pessoas que me compreendem e que me aceitam logo à primeira. Tal como eles, é verdade, mas não pelos motivos errados! Não sei se vale a pena guardar na memória o dia 4 de Agosto de 2009. O dia da minha “saída do armário”. O dia do meu “Coming Out”. Foi um pouco… Para me querer lembrar dele.

Mas pode ser que pensem melhor e tal… E que se apercebam!